Agora é com você (4)

Salve, leitores da SB. Um pouco mais de dicas do mundo virtual afora. E sempre a velha máxima: espero que tirem algum proveito… mesmo que discordando dessas dicas.

Estacionando o vocal na mix

singer-career

Basicona, mas legal…
É difícil ser objetivo quando se trata de ajustar os vocais em uma mix, especialmente se é a sua canção. Afinal, você sabe a letra, por isso é fácil esquecer que as outras pessoas não sabem. E também não é sempre que você vai estar trabalhando com cantores cantores, que tem a noção de impostação, dicção e potencia vocal acima da média, o que resultará, na maioria dos casos, a voz bem posicionada mesmo um pouco na frente ou um pouco atrás na mix. Mas para não ter dor de cabeça quando for masterizar, muitos profissionais costumam fazer três mixagens alternativas de uma faixa: uma com o vocal um pouco para cima, uma com ele um pouco para baixo, e uma no meio. Muitos produtores falam sempre alterando entre um range de 0.5dB e – no máximo – 1,5dB. Mas é um pouco discutível oferecer números precisos… ainda mais por causa dos muitos gêneros musicais existentes no planeta terra. Enfim, já sabem, né…

Conceito das Três Tracks

3-Seeds

De volta aos velhos tempos, depois de mono e estéreo, haviam três faixas. Uma delas era para seção rítmica (e poderia incluir bateria, baixo, percussão e guitarra base, por exemplo), um para vocais e um para “colorização”, que podia ser para instrumentos como metais, cordas, instrumentos solo. Esse formato ainda possui um grande conceito embutido para se manter na mente, ainda hoje. Obriga-nos a pensar sobre a seção rítmica como uma unidade coesa, e é você que precisa fazer essa cola funcionar. Baixo precisa se prender no bumbo, por ex.. Já ´colorização´,  hoje em dia, é tudo aquilo que está além da seção rítmica e vocais. Pense cuidadosamente sobre quais elementos da mix vão pertencer em cada um desses três papéis, e se todos os três já estão preenchidos ou preenchidos demais –  pois talvez será a hora de fazer alguma atenuação, um corte até mesmo radical, para a track não ficar muito populosa de sonoridade e não se perceber nada no contexto geral, de tanta coisa que acontece de informação musical. Note que alguns instrumentos, como guitarra, podem alternar entre os 3 modos, dependendo de que como ela está jogando na track:  rítmica, licks incidentais de colorização ou solo.

Compressores Multibanda causam mais dor de cabeça do  que os normais?

THTSMC2B
Compressores multibanda são, sem dúvida, mais complicado de usar na prática do que os seus ‘irmãos’ simplistas, mas isso não significa que você deve abandoná-los ou fingir que eles não existem. Se você está comprimindo a mix toda, é extremamente provável que as configurações de compressão que você pode querer para os low ends serão diferentes daquelas exigidas para os agudos. A maioria de nós gosta de trabalhar rápido, mas, com compressão multibanda, você terá que ir com calma e concentrar-se em ajustes para uma faixa de freqüência por vez. Uma boa dica pode ser a inserção de ambos compressores: multibanda e os  regulares, no mesmo canal, e, para comparar os resultados dos dois, usar o louvado bypass.

 

Adicionar um Compressão Paralela para controlar os níveis de reverberação de retorno

 Image_3

Sim, estamos falando do mesmo princípio do bumbo e baixo. O legal dessa  dica foi transpô-la para voz e reverb…

Equilibrar um vocal seco contra o montante certo de reverb nem sempre é fácil. Se você quiser uma quantidade de reverb generosa para preencher as lacunas entre as frases vocais, essa mesma quantidade pode parecer muitas vezes exagerada enquanto a/o vocalista canta, ´afogando´ com o wet o desempenho vocal e distanciando a voz do ouvinte, desnecessariamente. Há duas maneiras eficazes para resolver este problema. A primeira é que você pode adicionar automação de volume para o retorno auxiliar reverb, empurrando para cima o nível de reverb nas lacunas, e reduzi-la durante as frases vocais. A outra maneira é colocar um compressor após o plug-in de reverberação em seu auxiliar e enviar o vocal seco para ele como uma fonte de entrada do side-chain. Isso reduzirá o compressor (e, portanto, o volume de reverb) sempre que o vocalista canta, mas não nos espaços entre as frases.

O básico do básico…

mixer_faders_screenshot

Não altere o volume de bateria e baixo desnecessariamente durante uma mixagem. Por quê? A seção rítmica é – tradicionalmente – o pano de fundo constante numa música, contra outros instrumentos que tendem a necessitar de alterações básicas, como, por exemplo, o momento solo de guitarra, voz e backing num refrão, massa sonora harmônica em passagens dramáticas etc etc Mas não confunda com a dinâmica natural dentro das partes rítmicas dos instrumentos numa música.  Isso quer dizer, quando se grava ao vivo, e, por exemplo, a banda não é aquela primazia em execução (leia-se: não são todos os músicos que executarão as dinâmicas com perfeição), vai precisar de ajuda nos faders…


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *